Datas festivas em um país ex-socialista

Comecei a assistir programas infantis na televisão eslovena com a intenção de aprimorar o meu estudo no idioma esloveno.  Fiquei surpresa ao notar que durante os intervalos comerciais não havia uma só propaganda direcionada ao público infantil. Realidade bem diferente do Brasil.

Há uma diferença também quando se comemora o aniversário das crianças. No Brasil há uma grande indústria ligada à comemoração de aniversários. E quanto dinheiro é gasto! Muitas famílias fazem dispendiosas festas cheias de decoração, com animadores, outros alugam brinquedos de parques temáticos ou fazem requintados almoços para amigos e familiares, são inúmeros os exemplos…

Na Eslovênia quando a criança faz um ano, os familiares mais próximos são convidados para um almoço, cantam parabéns, cortam o bolo, mas tudo isso é uma cerimônia muito menor e mais simples do que estamos acostumados a ver na cultura brasileira.

“Dia da Páscoa”, “Dia das Mães” (aqui não se comemora o “Dia dos Pais”),  “Dia dos Namorados” são datas que no Brasil você encontra uma avalanche de propaganda. Compre, compre, compre! Na Eslovênia não. Ninguém gasta dinheiro comprando um presente dispendioso no “Dias das mães”. As crianças fazem um desenho, os filhos mais velhos entregam à mãe uma flor.

Há poucos ovos da páscoa nas prateleiras dos supermercados, nunca vi um amigo ou familiar esloveno falando “precisamos comer ovos de páscoa”. Eslovenos têm outros rituais, eles pintam ovos, fazem bonecos com palhas…

O Natal tem um apelo mais comercial, mas este apelo também está longe de ser o que vemos nos comércios e nos canais da  TV brasileira.

Uma data  que eu sempre me lembro com carinho é o “Dia da Mulher”.  Meu marido aparece com uma flor em casa, mas eu não sou a única presenteada. Ele também compra flores para a vó, para a tia, para mãe, para as companheiras do trabalho, enfim, para todas as mulheres que fazem parte da vida dele. Este é um costume esloveno que admiro.

Gosto de morar em um país em que o assédio do mercado para com a população ainda não é tão agressivo.