Na Eslovênia, nos vilarejos é comum você ver casas de dois ou três andares. Casas enormes com 300 metros quadrados eram possíveis serem construídas por qualquer casal em que o marido e a esposa trabalhassem. O terreno tinha um valor mais acessível e a maior parte da mão-de-obra durante a construção da casa era feita pelos familiares e amigos. Na Eslovênia comunista seria comum você ajudar um amigo na construção da casa dele e depois esse amigo te ajudaria em alguma construção ou reforma que você fizesse.

Com o fim do comunismo, e após sofrer um lobby imobiliário que fez com os preço dos  aluguéis subisse (550 euros é o preço do aluguel de um apartamento de um quarto), hoje muitos filhos já adultos e casados ainda moram junto com os pais. Na minha rua  há cinco casas em que pais e filhos dividem a mesma casa. Geralmente os pais constroem o último andar da casa para os filhos. Com tanto espaço, os filhos quando adultos reformam e transformam o andar em  um apartamento com cozinha, sala e entrada independente.

O apartamento no andar de cima é como uma casa no fundo da casa da sogra. A principal diferença é que os eslovenos costumam preservar mais a privacidade do outro. A mãe para visitar o filho no andar de cima usa o celular para dizer se pode subir. Ninguém entra no cômodo de ninguém sem bater na porta.

Morar dessa forma é muito barato. Na Eslovênia gastos com energia, telefone, água e TV à cabo parecem ocupar uma fatia muito menor do salário esloveno, do que de um brasileiro de classe média. E quando aos familiares vivem juntos e compartilham o gasto, o custo é ainda menor.

Minha vizinha mora com duas filhas e com seus respectivos maridos. 3 andares, 3 famílias! O avô do meu marido morou durante 30 anos (e ainda mora) com a uma filha, o marido dela e filhos no andar de baixo.